o inct

Conheça o Neurotecnologia Responsável

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (NeuroTec-R) é uma rede de pesquisa de alto padrão tecnológico e científico, sediada no CTMM da UFMG e financiada pelo MCTI.

Sobre o NeuroTec-R

NeuroTec-R se dedica aos estudos do cérebro e do desenvolvimento responsável, e reúne pesquisadores de várias regiões do Brasil e de outros países. Sediado no Centro de Tecnologia em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável se constitui como uma rede de pesquisa brasileira de alto padrão tecnológico e científico.

Com financiamento de cerca de R$ 4 milhões, concedido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) (https://www.gov.br/mcti/pt-br) para um prazo inicial de cinco anos, seu principal objetivo é analisar discursos, desenvolver estratégias e implementar uma plataforma de Pesquisa e Inovação Responsável (PIR ou RRI, em inglês) (LINK para o próprio site Neurotecr/ PIR).

Essa plataforma visa:

  • Antecipar e enfrentar desafios éticos, legais e sociais relacionados a novas neurotecnologias.
  • Promover a inovação na área através da identificação de barreiras e fatores impulsionadores.

 

O termo Neurotecnologia refere-se a tecnologias desenvolvidas para estudar o cérebro, visualizar seus processos e intervir no controle, reparo ou aprimoramento de suas funções. Isso abrange desde a compreensão da consciência e a formação do pensamento até o controle de qualquer atividade regulada pelo sistema nervoso. A combinação de neurociência, engenharia, digitalização e inteligência artificial (IA) tem potencial para promover significativos avanços , desde a cura de lesões cerebrais até a expansão das fronteiras da interação entre cérebro e máquina. Esse cenário aproxima a ciência do empreendedorismo e populariza conceitos como o Neurodireito.

As inovações geradas e as novas possibilidades que elas abrem levantam questões éticas, legais e sociais, como:

  • Privacidade de neurodados
  • Aprimoramento humano
  • Regulamentação
  • Marketing direto ao consumidor
  • Manipulação comercial e política
  • Desigualdades de uso e acesso

 

Inicialmente, o projeto do NeuroTec-R abrange 20 subprojetos em diferentes áreas e fases do desenvolvimento neurotecnológico, tendo basicamente dois propósitos:

  • Identificar e entender as melhores práticas para a implementação de PIR.
  • Divulgar e promover essas práticas, ampliando sua aplicação a níveis nacional e internacional.

 

Para alcançar esses objetivos, é fundamental que diversos atores sociais (pesquisadores, cidadãos, decisores políticos, empresas, organizações do terceiro setor, entre outros) colaborem ao longo de todo o processo de investigação e inovação. Dessa forma, será possível alinhar melhor os processos e resultados com os valores, necessidades e expectativas da sociedade.

A premissa básica da PIR é a de que o caminho mais crítico é o mais responsável com o futuro do Planeta e das gerações que virão. A estratégia pode antecipar novos desafios éticos, legais e sociais estabelecidos pelo avanço das neurotecnologias. Este conceito conecta diversos aspectos da relação entre Pesquisa e Inovação e a sociedade. O método estabelece seis aspectos – ou dimensões – imprescindíveis para nortear pesquisa e inovação responsáveis:

  • Engajamento público
  • Ciência aberta
  • Diversidade
  • Educação científica
  • Ética
  • Governança participativa e antecipatória

História de quase 20 anos de pesquisas avançadas

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (NeuroTec-R), Coordenado pelo professor Marco Aurelio Romano-Silva, foi estabelecido com o apoio da chamada nº 58/2022, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (http://inct.cnpq.br), que financiou o projeto com uma verba de cerca de 4 milhões de reais para um período de cinco anos, até 2027.

No entanto, os fatos marcantes da trajetória deste Instituto começam anos antes, com o trabalho de vários cientistas.

Foi ainda em 2008 que o governo federal criou o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), gerido pelo CNPq, um órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O objetivo do programa é reunir os melhores grupos de cientistas em áreas avançadas do conhecimento para:

  • Promover impactos significativos em áreas estratégicas.
  • Consolidar redes de pesquisa de longo prazo.
  • Incentivar a internacionalização e interação com o setor empresarial.
  • Melhorar a educação científica e garantir uma participação equilibrada das regiões do país.

 

E já nessa primeira edição do Programa, em 2008, um grupo de cientistas e médicos experientes, da Faculdade de Medicina da UFMG, submeteu o projeto que levou à criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Molecular (INCT MM). O instituto obteve avanços significativos, registrando patentes e atraindo cientistas não-clínicos para ambientes clínicos, além de oferecer suporte a jovens pesquisadores na área de pesquisa básica.

O objetivo do INCT MM era o de integrar a ciência básica e tecnológica à prática clínica, com foco na pesquisa dos mecanismos fisiopatológicos de doenças graves e complexas e o desenvolvimento de novos tratamentos. Em parceria com 11 centros, o INCT Medicina Molecular recebeu um investimento inicial de R$7,179 milhões, o maior valor concedido até então a um centro de pesquisa brasileiro. Esse investimento foi justificado pelo CNPq pela excelência científica e pela experiência da equipe em diversas áreas da medicina. Vários avanços científicos e patentes foram registrados. O trabalho também atraiu cientistas não-clínicos para ambientes clínicos e ofereceu suporte a jovens pesquisadores na área de pesquisa básica. Em 2012, o projeto foi renovado por mais 5 anos, o que garantiu a continuidade do suporte financeiro e institucional para suas pesquisas e atividades.

Algum tempo mais tarde, a UFMG organizou estruturas internas semelhantes às quais chamou de Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação (CTs). Destinado a promover inovação e agregar capital intelectual e infraestrutura em áreas tecnológicas, o Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM)  foi inaugurado em 30 de maio de 2011, já consolidado como um polo de desenvolvimento da tecnologia de PET/CT em Minas Gerais.

O PET/CT é um equipamento que combina a tomografia computadorizada (CT) com a tomografia por emissão de pósitrons (PET), oferecendo alta sensibilidade na detecção de imagens anatômicas. Essa tecnologia possibilita diagnósticos precoces e pesquisas de grande relevância. O CTMM, em parceria com o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), foi pioneiro no Brasil ao utilizar o marcador 18F-FES em exames PET/CT para o rastreamento do câncer de mama.

O pessoal e as instalações do CTMM e do INCT Medicina Molecular formaram as bases para a criação do INCT NeuroTec-R, que busca agora ir além no que se refere a promover inovações e descobertas científicas e socialmente relevantes.