E-book gratuito reúne principais evidências entre psicometria computacional e inteligência artificial

“Psicometria computacional: Fundamentos e intersecções entre Psicologia, Estatística e Ciência da computação” é o título de um capítulo de livro eletrônico, gratuito. O texto “apresenta abordagem mais precisa para a interpretação de características psicológicas”, afirma Alexandre Luiz de Oliveira Serpa, o principal autor.

Serpa é doutor em psicologia e pesquisador do INCT Neurotecnologia Responsável, rede de pesquisa nacional. Ele também é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, onde orienta na pós-graduação. Jessica Mayumi Maruyama e Matheus de Melo Rodrigues são coautores. Primordialmente eles buscaram registrar o que há de atual nesse tipo de abordagem. Promissora! É bom que se adiante.

Psicometria computacional e a avaliação comportamental

A avaliação psicológica e educacional é um processo que busca descrever, além do que o nome já indica, características sociais, cognitivas e biológicas. Inegavelmente, essas características podem influenciar o funcionamento mental das pessoas.

A psicometria é um campo da psicologia que usa técnicas matemáticas e estatísticas para interpretar e avaliar dados comportamentais e mentais, subjetivos. Em primeiro lugar, permite relacionar respostas ou padrões de respostas a testes com comportamentos.

Com o avanço da tecnologia, a psicometria computacional foi além. O uso de técnicas e algoritmos de inteligência artificial viabilizaram a análise de um alto volume de dados, com mais qualidade. Métodos testam concepções teóricas mais complexas e constroem informações com propriedades psicométricas.

Assim, possibilitam entender melhor as características psicológicas e de saúde mental dos pacientes. Eles viabilizam medir informações sobre o funcionamento psicológico. Como exemplo, nas condições de depressão e ansiedade. Como resultado, os processos interpretativos de saúde mental se tornam mais precisos e mais assertivos.

Aprimorar diagnóstico, tratamentos e aprendizado

“Informações psicológicas combinadas com exames e observação clínica resultam em melhores diagnósticos”, afirma Alexandre Serpa. “Em síntese, elas é que vão nos dar suporte ao processo de tomada de decisão de psiquiatras, neurologistas e pediatras. Logo que, desse processo em diante, podem melhorar a prática clínica”, esclarece o psicólogo.

Na área da saúde, ao analisar dados fisiológicos e comportamentais, a psicometria computacional pode aprimorar ferramentas de diagnóstico e personalizar tratamentos. Por outro lado, na educação, possibilita criar sistemas de aprendizagem adaptativa. E, por extensão, ajusta o conteúdo e o ritmo de ensino às necessidades individuais dos alunos.

“Também pode ser útil a áreas distintas, como fonoaudiologia, pedagogia e outras profissões”, afirma o pesquisador.

Inclusão social é fundamental para a pesquisa responsável

Serpa ressalta ainda a importância de enfrentar os desafios éticos e técnicos associados a essa tecnologia. Na visão dele, “a privacidade dos dados, a prevenção de vieses nos algoritmos e a acessibilidade universal são questões fundamentais”.

Posto que a Pesquisa e Inovação Responsáveis (PIR) desempenha um papel fundamental ao guiar a aplicação ética de novas tecnologias. “Inclusão, antecipação de riscos e responsabilidade social, dentre os demais princípios propostos pela PIR, são muito importantes. Por analogia, viabiliza a pesquisa de novas tecnologias. De forma inclusiva e responsável”, destaca.

Portanto, na visão dele, o conceito PIR tem o potencial de possibilitar benefícios para a sociedade, como um todo. “Assim como também faz avançar as práticas científicas de forma mais transparente e mais colaborativa”, declara.